quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

tema para o corpo de h. ao dormir

sobre os espasmos, os que há tempos não sinto
(eram no meu lábio superior)
você, então, teve primeiro na pálpebra
(sobretudo, você tem em seu corpo inteiro)
antes dos blackouts

mas desde então,
quando as noites juntaram-se
surgiram:
mãos que imitam movimento de despertar
pernas que parecem estar a ponto de largada

(você fala que é reflexo da evolução, do alerta primata em cair da árvore)

sinto toda sua circulação quando abraço suas costas
e beijo a noroeste, perto do sinal de carne, intermitente
até os rios de tuas bacias hidrográficas
(e eis o real aviso: as quedas d’água)
desaguarem na planície-algodão

e só fluírem em seu curso calmo, vivo,
criador d’uma rota
até o R.E.M.

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